Detecção de Cryptosporidium em amostras fecais por técnica de Nested-PCR e comparação com métodos imunológico e parasitológico

  • Aparecida Helena de Souza GOMES Laboratório l de Sorocaba – SP, Instituto Adolfo Lutz
  • Hermínia Yohko KANAMURA Departamento de Biologia da Universidade de Taubaté – UNITAU -Taubaté – SP
  • Marcos Eduardo de ALMEIDA Departamento de Biologia da Universidade de Taubaté – UNITAU -Taubaté – SP
  • Ana Julia Urias dos Santos ARAUJO Departamento de Biologia da Universidade de Taubaté – UNITAU -Taubaté – SP
Palavras-chave: Cryptosporidium, diagnóstico por métodos molecular, imunológico, parasitológico

Resumo

A criptosporidiose é causada por protozoários do gênero Cryptosporidium. A doença se caracteriza pordiarréia aguda no homem e em outros animais. O diagnóstico laboratorial é feito pela detecção do parasitopor métodos parasitológicos, imunológicos ou moleculares. Amostras fecais de 29 pacientes portadoresde HIV e com AIDS analisadas pelos métodos parasitológico (Kinyoun) e imunológico (ELISA) foram submetidasao método molecular (Nested-PCR). Destas, 15 amostras foram positivas para Cryptosporidium sp no exameparasitológico e 14 negativos para Cryptosporidium, mas positivos para outras espécies parasitárias oubacilos álcool-acido-resistentes. Pela Nested-PCR foram encontradas 16 amostras positivas, e destas, 11apresentaram resultados concordantes com o exame parasitológico e cinco não. Essas cinco amostrasdiscordantes foram também negativas pelo ELISA. Das 15 amostras positivas pelo exame parasitológico,duas foram negativas pelo Nested-PCR e por ELISA. Os métodos moleculares podem-se constituir emimportante ferramenta diagnóstica nos casos com suspeita clínica de criptosporidiose nos estudosepidemiológicos, permitindo a caracterização genotípica do parasito e auxiliando na investigação dasrotas de transmissão. As discordâncias observadas entre os diferentes métodos precisam ser mais beminvestigadas.

Referências

1. Alcântara, L. M. et al. Infecção por Cryptosporidium em crianças de
creche de uma comunidade marisqueira em Encarnação de Salinas –
BA. J. Bras. Parasitol. Anais -XV Congresso Latino- Americano de
Parasitologia (Suppl), 94, 2001 – São Paulo – Brasil.
2. Balatbat, A. B. et al. Detection of Cryptosporidium parvum DNA
in human feces by Nested PCR. J. Clin. Microbiol., 34: 1769-72,
1996.
3. Da Silva, A. J. et al. Fast and reliable extraction of protozoan parasite
DNA from fecal specimes. Mol. Diagn., 4: 57-64, 1999.
4. Dean A, G. et al. Epi Info, version 6: a word processing database, and
statistics program for epidemiology on microcomputer. Center of
Disease Control on Prevention, Atlanta, Georgia, U.S.A, 1994.
5. De Carli, G. A. Exame macroscópico e microscópico da amostra fecal
fresca e preservada. In:__ Parasitologia Clínica. São Paulo: Atheneu.
2001. p. 27-81.
6. Doing, K. M. et al. False positive results obtained with the Alexon
ProSpect Cryptosporidium Enzime Immunoassay. J. Clin. Microbiol.
37: 1582-3, 1999.
7. Fleis, A. R. Clinical epidemiology. In:_ The architecture of clinical
research. Philadelphia: WB Saunders. 1985, p. 185-6.
8. Gamba, R. C. et al. Detections of Cryptosporidium sp oocysts in
groundwater for human consumption in Itaquaquecetuba city, São Paulo
– Brazil. Braz. J. Microbiol. 31: 151-3, 2000.
9. Garcia, L. S; Shimizu, R. Y. Evaluation of nine immunoassay Kits
(enzyme immunoassay and direct fluorescence) for detection of Giardia
lamblia and Cryptosporidium parvum in human fecal specimens. J.
Clin. Microbiol. 35: 1526-9, 1997.
10. Gatei, W. et al. Molecular analysis of the 18S rRNA gene of
Cryptosporidium parasites from patients with or without humam
immunodeficiency virus infections living in Kenya, Malawi, Brazil, the
United Kingdom, and Vietnam. J. Clin. Microbiol., 41: 1458-62, 2003.
11. Gobet, F. et al. A detection of Cryptosporidium parvum DNA in formed
human feces by a sensitive PCR- based assay including Uracil-NGlycosylase inactivation. J. Clin. Microbiol. 35: 254-6, 1977.
12. Gomes, A. H. S. et al. Monitoramento das condições higiênico sanitárias das
alfaces produzidas no município de Ibiúna- SP, Brasil. [Suplemento científico,
Anais XXV Congresso Latino- Americano de Parasitologia de 7 a 11 de
outubro de 2001 – São Paulo – Brasil]. J. Bras. Parasitol. 37: 94, 2001.
13. Healy, G. R.; Garcia, L. S. Intestinal and Urogenital Protozoa. In:
Murray, P. R.; Baron. et al. Manual of Clinical Microbiology. 6th
ed. Washington (D.C) ASM Press. 106: 1204-28, 1995.
14. Ignatius, R. et al. Efficacy of different methods for detection of low
Cryptosporidium parvum oocyst numbers or antigen concentrations in
stool specimens- Eur. J. Clin. Microbiol. Infect. Dis. 16: 732-6, 1997.
15. Informenet- DTA. Surtos de Doenças Transmitidas por Alimentos (tabela
de 1995 a 2002). Dados Estatísticos São Paulo, 2002. DDTHA/CVE-SES/
SP. Available from:URL:http://www.cve.saude.sp.gov.br [cited sept 2003].
16. Johnson, D.W. et al. Development of a PCR protocol for sensitive
detection of Cryptosporidium oocysts in water samples. Appl. Environ
Microbiol. 61: 3849-55, 1995.
17. Kehl, K.S.; Cicirello, H.; Havens, P.L. Comparison of four different
methods for detection of Cryptosporidium species. J. Clin. Microbiol.
33: 416-8, 1995.
18. Lasser, K. H.; Lewin, K. L.; Ryning, F. W. Cryptosporidial enteritis in
a patient with congenital hypogammaglobulinemia. Hum. Patho.
10: 234-40, 1979.
19. Laxer, M.A.; Timblin, B.K.; Patel, R. J. DNA sequences for the specific
detection of Cryptosporidium parvum by the polymerase chain
reaction. Am. J. Trop. Med. Hyg. 45: 688-94, 1991.
20. Morgan, U. M. et al. Comparison of PCR and microscopy for detection
of Cryptosporidium parvum in human fecal specimens: clinical trial.
J. Clin. Microbiol. 36: 995-8, 1998.
21. Orlandi, P. A.; Lampel, K. A. Extraction-free, filter-based template
preparation for rapid and sensitive PCR detection of pathogenic
parasitic Protozoa. J. Clin. Microbiol. 38: 2271-7, 2000.
22. Pedraza-Dias, S. et al. Nested Polymerase chain reaction for
amplification of the Cryptosporidium oocysts wal protein gene.
Emerg. Infec. Dis. 7: 49-56, 2001.
23. Perez-Schael, I. et al. Cryptosporidiosis in Venezuelan children with
acute diarrhea. Am. J. Trop. Med. Hyg. 34: 721-2, 1985.
24. Pieniazek, N. J. et al. New Cryptosporidium genotypes in HIV- infected
persons. Emerg. Infect. Dis. 5: 444-9, 1999.
25. Spano, F. et al. PCR-RFLP analysis of the Cryptosporidium oocyts
wall protein (COWP) gene discriminates between C. wrairi and C.
parvum, and between C. parvum isolates of human and animal origin.
FEMS Microbiol Lett. 150: 209-17, 1997.
Publicado
2004-12-30
Como Citar
GOMES, A. H. de S., KANAMURA, H. Y., ALMEIDA, M. E. de, & ARAUJO, A. J. U. dos S. (2004). Detecção de Cryptosporidium em amostras fecais por técnica de Nested-PCR e comparação com métodos imunológico e parasitológico. Revista Do Instituto Adolfo Lutz, 63(2), 255-61. https://doi.org/10.18241/rial.v63i2.34871
Seção
ARTIGO ORIGINAL