Resíduos de pentaclorofenol em água de consumo de uma região próxima a madeireira

  • Tereza A. KUSSUMI Seção de Aditivos e Pesticidas Residuais, Instituto Adolfo Lutz – São Paulo, Brasil
  • Vera R.R. LEMES Seção de Aditivos e Pesticidas Residuais, Instituto Adolfo Lutz – São Paulo, Brasil
  • Sonia B. ROCHA Seção de Aditivos e Pesticidas Residuais, Instituto Adolfo Lutz – São Paulo, Brasil
  • Heloisa H.C. BARRETTO Seção de Aditivos e Pesticidas Residuais, Instituto Adolfo Lutz – São Paulo, Brasil
Palavras-chave: pentaclorofenol, organoclorados, clorofenóis, água, contaminação ambiental, cromatografia a gás

Resumo

O pentaclorofenol (PCP), usado como fungicida e herbicida no Brasil, teve seu uso proibido na agriculturaem 1985. Atualmente tem permissão de uso para tratamento de madeira. A alta volatilidade do PCP e asolubilidade de sua forma ionizada são os principais fatores para sua propagação no ambiente. A exposiçãocrônica ao PCP pode causar danos ao fígado e rins. Em relação à ação carcinogênica, o PCP é classificadono grupo B2, com evidência suficiente em estudo com animais, porém os dados em humanos são escassos.O objetivo deste estudo foi avaliar os resíduos de pentaclorofenol em oito amostras de água de consumocoletadas próxima a uma madeireira em Belém do Pará. A extração foi feita com solvente em meio ácido,seguida de derivatização e a determinação por cromatografia a gás com detector de captura de elétrons. Olimite de quantificação foi de 0,5 μg/L. O método avaliado apresentou resultados satisfatórios para análisede resíduos, com recuperações que variaram de 80 a 103% e coeficiente de variação de 2,1 a 3,9%,dependendo do nível fortificado. As amostras estudadas não apresentaram resíduos de pentaclorofenolacima do limite de quantificação do método, sendo adequadas para o consumo.

Referências

1. [APHA] American Public Health Association. Standard Method for
the Examination of Water and Wastewater, 19ª ed. Washington,
DC., p. 97 –102, 1995.
2. Brasil. Portaria SNVS nº 10. Diário Oficial da União, Brasília, 10 de
janeiro de 1985. Seção I, pt I. Relação das Substâncias com ação
tóxica. Sobre animais ou plantas cujo registro pode ser autorizado no
Brasil, em atividades agropecuárias e em produtos domissanitários.
3. Brasil. Portaria nº 20 do Ministério do Desenvolvimento Urbano e
Meio Ambiente. Diário Oficial da União, Brasília, 30 de julho
1986.Seção I, pt.I, p. 11356-113661. Estabelece classificação das
águas doces, salobras e salinas no território nacional.
4. Brasil. Portaria nº 1469 do Ministério da Saúde. Diário Oficial da
União, Brasília, 10 de jan. 2001. Seção I, p.26-28. Estabelece normas
e padrão de potabilidade de agua destinada ao consumo humano.
5. Bruzzoniti M.C. et al. Preconcentration of contaminants in water
analysis. J. Chromatogr. A, 902: 289-309, 2000.
6. Buhlet D.R.; Rasmusson, M.E.; Nakame, H.S. Occurence of
hexachrophene and pentachlorophenol in sewage and water, Environ.
Sci. Technol., 929, 1973. In: CRC-Critical Reviews in Toxicology,
Vol.7, Issue 1, CRC Press Incorporation, Boca Raton, Florida, 1980.
7. Commitee on Drinking Water, Nation Research Committee. Drinking
Water and Health, National Academy of Sciences, Washington D.C.,
1878. In: CRC-Critical Reviews in Toxicology, Vol.7, Issue 1 ,
CRC Press Incorporation, Boca Raton, Florida, 1980.
8. Cordoba, M.S. et al. Soxhlet extraction of pentachorophenol from soil
with in situ derivatization. Bol. Soc. Chil. Quim., 46: 1-9, 2001.
9. Eksperiandova, L.P. et al. Determination of small quantities of phenol
in water. Anal. Chim. Acta, 396: 317-20,1999.
10. Environmental Protection Bureau, Environmental Protection Service,
Pacific and Yukon Region, Canadá. Monitoring environmental
contamination from chlorophenol contaminated wastes generated in
the wood preservation industry, Ottawa, p.74, 1979. In: Environmental
Health Criteria, 71, Pentachlorophenol, WHO, Geneva, 1987, 236p;
11. [EPA] Environmental Protection Agency - Pentachlorophenol,
[http:www.epa gov/iris/subst/0086.htm]. 07 março 2003.
12. [FAO/WHO] Food and Agriculture Organization of the United Nations/
World Health Organization. Food Standards Programme Codex
Alimentarius Commission. Good laboratory practice on pesticide
residues in food. Rome, 1993. Suppl. 1, v.2, Section 4.2, 164.
13. Fox, M.; Joshi, S.R. The fate of pentachlorophenol in the Bay of Quinte,
Lake Ontario, Canada, USA. J. Great Lakes Res., 10: 190-96,1984.
14. Gilbert, F. Effects of pentachlorophenol and other chemical
preservatives on the health of wood-treating workers in Hawaii. Arch.
Environ. Contam. Toxicol. 19(4) : 603-09, 1990.
15.Gonzalez, G. et al. Biodegradation of phenolic industrial wastewater in
a fluidized bioreactor with immobilized cells of Pseudomonas putida.
Bioresource Tecnol., 60: 137-42, 2001.
16. [IARC] International Agency for Research on Cancer. Summary &
evaluation, Lyon, 53, 371, 1991.
17. Kang, K. et al. A modified spectrophotometric method for the
determination of trace amounts of phenol in water. Microchemical
J., 64:161-71, 2000.
18. Ken K.C. et al. Pilot study of in-situ thermal treatment for the
remediation of pentachlorophenol- contaminated aquifers. Environ.
Sci. Technol., 35 (24): 4910-15, 2001.
19. Kim, K.R.; Kim, H. Gas chromatographic profiling and screening for
phenols as isobutoxycarbonyl derivatives in aqueous sample. J.
Chromatogr. A, 866: 87-96, 2000.
20. [NTP] National Toxicology Program. Technical Report on the
Toxicology and Carcinogenesis Studies of Pentachlorophenol. NTP
Tech. Report nº 349. NIH Publ. nº 89:2804, 1989.
21. Pierce, R.H. et al. The fate of pentachlorophenol in an aquatic
ecosystem. In: Rao, K. R.,ed. Pentachlorofenol: Chem., Pharm.
Environ. Toxicol., N.Y., London, Plenum Press, pp.41-52, 1978.
22. Polese, L.; Ribeiro, M. Methods for determination of hexachlorobenzene
and pentachlorophenol in soil samples. Talanta, 46: 915-20, 1998.
23. Rahde , A.F.; Della Rosa, H.V., 1984. Evaluation of ecotoxicological
impact of the hydroelectric dam of Tucuruí, Brazil, 45pp.In: WHO,
Environmental Health Criteria 71, Pentachlorophenol, WHO,
Geneva, 1987, 236p.
24. Rudling , L. Determination of pentachorophenol in organic tissues
and water. Water Res. 4: 533-37, 1993.
25. Schwetz, B. A.;. Quast J.F.; Keeler P.A;.Humiston C.G;.Kociba R.J.
Results of two-year toxicity and reproduction studies on
pentachlorophenol in rats. in: Pentachlorophenol : Chem. Pharm.
Environ. Toxicol., K.R.Rao, Ed. Plenum Press, N.Y. p.301-309, 1978.
26. Siqueira, M.E.P. Determinação de pentaclorofenol em urina de
trabalhadores expostos ocupacionalmente. São Paulo,
1987.[Dissertação de mestrado – Faculdade de Ciências Farmacêuticas
da Universidade de São Paulo, em Farmácia e Bioquímica ].
27. Toledo, E.G. et al. Solid – phase microextration coupled to liquid
chromatography for the analysis of phenolic compounds in water. ,
1998. J. Chromatogr. A, 923: 45-52, 2001.
28.Wegman, R.C.C. , Van Den Broek, H.H., 1983. Chlorophenols in
surface waters of the Netherlands. Water Res., 17: 227-230. In: WHO,
Environmental Health Criteria 71, Pentachlrophenol, WHO,
Geneva, 1987, 236p.
29. [WHO] World Health Organization. The guidelines pesticides in
drinking-water, [http://www.water_sanitation_health/dwg/en/
507.pdf.] . 05 março 2004].
30. [WHO] World Health Organization. Environmental Health Criteria
71, Pentachlrophenol, Geneva, 1987, 236p.
31.Wong,A.S.; Crosby,D.G. Photolysis of pentaclorophenol : Chem. Pharm.
Environ. Toxicol., N.Y., London, Plenum Press, pp 19-25, 1978.
32. Zheng, M.H. et al. Analysis of pentachlorophenol from water,
sediments, and fish bile of dongting lake in China. Bull. Environ.
Contam. Toxicol. 64: 16-19. 2000.
33. Zuin, V.G. et al. Determination of pentachlorophenol and
hexachlorobenzene in natural waters affected by industrial chemical
residues. J. Braz. Chem. Soc., 10:25-30, 1999.
Publicado
2004-12-30
Como Citar
KUSSUMI, T. A., LEMES, V. R., ROCHA, S. B., & BARRETTO, H. H. (2004). Resíduos de pentaclorofenol em água de consumo de uma região próxima a madeireira. Revista Do Instituto Adolfo Lutz, 63(1), 31-34. https://doi.org/10.18241/rial.v63i1.34750
Seção
ARTIGO ORIGINAL