Ocorrência de Cryptosporidium spp. em hortaliças comercializadas no município de Ribeirão Preto, SP – Brasil

  • Divani M. CAPUANO Instituto Adolfo Lutz – Laboratório I de Ribeirão Preto - Área de Parasitologia
  • Madalena H. T. OKINO Instituto Adolfo Lutz – Laboratório I de Ribeirão Preto - Área de Parasitologia
  • Ana Célia S. MANGINI Instituto Adolfo Lutz Central-Seção de Enteroparasitoses
  • Maria José do C. B. BETTINI Instituto Adolfo Lutz – Laboratório I de Ribeirão Preto - Área de Parasitologia
Palavras-chave: Cryptosporidium sp; hortaliças; Ribeirão Preto, SP.

Resumo

O Cryptosporidium sp tem sido mundialmente descrito como importante agente causal de diarréia severa e prolongada, principalmente em indivíduos com imunodeficiência, como nos casos de infecção pelo HIV. Nos EUA, têm sido comprovados nos últimos anos surtos de diarréia causados pela contaminação da água de abastecimento por oocistos deste parasita. No entanto, são poucos os relatos sobre o papel dos alimentos como possíveis fontes de infecção da criptosporidiose. Visando detectar a presença de oocistos de Cryptosporidium sp em hortaliças comercializadas no município de Ribeirão Preto, foram analisadas no Instituto Adolfo Lutz de Ribeirão Preto, entre julho de 1997 a junho de 1998, 198 verduras coletadas de diferentes pontos comerciais do município. Foram encontrados oocistos de Cryptosporidium sp em duas hortaliças, uma rúcula e uma alface. Concluiu-se que o método parasitológico utilizado, concentração pelo formol-éter modificado com posterior coloração pelo método de Kinyoun, possa ser utilizado na detecção de oocistos de Cryptosporidium sp em hortaliças, contribuindo na avaliação das condições higiênico-sanitárias das mesmas.  

Referências

1. Baraldi, S.R.; Marques, E.G.L.; Dias, R.M.D.S. Ocorrência de Cryptosporidum parvum e Isospora belli na região de Campinas, SP. Rev. Inst. Adolfo Lutz, 58(1): 97-103, 1999.

2. Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução nº 12, Diário Oficial da União, Seção 1, p. 45, 10 de janeiro de 2001.

3. Brasil. Divisão Nacional de Vigilância Sanitária de Alimentos. Portaria nº 451, Diário Oficial da União, Seção 1, p. 4, 02 de julho de 1998.

4. Cordel, R.L.; Addis, D.G. Cryptosporidiosis in child care settings: A review of the literature and recommendations for prevention and control. Ped. Infect. Dis. J., 13: 210-217, 1994.

5. Fayer, R. et al. Cryptosporidium parvum in oysters from commercial harvesting sites in the Chesapeake Bay. Emerging Infect. Dis., 5(5): 706-710, 1999.

6. Fricker, C.R. e Crabb, J.H. Water-borne cryptosporidiosis: detection methods and treatment options. In: Baker, J.; Muller, R. e Rollinson, D. Opportunistic protozoa in humans. Advances Parasit., 40: 241-278, Academic Press, San Diego, 1998.

7. Griffiths, J.K. Human cryptosporidiosis: epidemiology, transmission, clinical disease, treatment and diagnosis. In: Baker, J.; Muller, R. e Rollinson, D. Opportunistic protozoa in humans. Advances Parasit., 40: 37-85, Academic Press, San Diego, 1998.

8. International Commission on Microbiological Specifications for Foods. Microorganisms in foods: their significance and methods of enumeration. University of Toronto, Toronto, 1978.

9. Käferstein, F.K. Food safety: a commonly underestimated public health issue. World Health Statistics Quaterly, 50: 3-4, 1997.

10. Laberge, I.; Griffiths, M.W. Prevalence, detection and control of Cryptosporidium parvum in food. Int. J. Food Microbiol., 31: 1-26, 1996.

11. Lennette, E.H. et al. Manual of Clinical Microbiology, 4th ed. Washington: American Society for Microbiology; 1985.

12. Ma, P. et al. Cryptosporidiosis in tourists returning from Caribbean. New England J. Med., 312: 647-648, 1985.

13. Mac Kenzie, W.R. et al. A massive outbreak in Milwaukee of Cryptosporidium infection transmitted through the public water supply. New England J. Med., 331: 161-167, 1994.

14. MacKenzie, W.R.; Kasmierezak, J.S.; Davis, J.P. An outbreak of cryptosporidiosis associated with a resort swimming pool. Epidemiol. Infec., 115: 545-553, 1995.

15. Mead, P.S. et al. Food-related illness and death in the United States. Emerging Infect. Dis., 5(5): 607-625, 1999.

16. Millard, P.S.; Gensheimer, K.F.; Addis, D.G. An outbreak of cryptosporidiosis from fresh-pressed apple cider. JAMA, 272: 1592-1596, 1994.

17. Petersen, C. Cryptosporidium and the food supply. Lancet, 345: 1128-1129, 1995.

18. Sauda, F.C. et al. Prevalence of Cryptosporidium sp and Isospora belli among AIDS patients attending Santos Reference Center for AIDS, São Paulo, Brazil. J. Parasit., 79(3): 454-456, 1993.

19. Takayanagui, O.M. et al. Fiscalização de hortas produtoras de verduras do município de Ribeirão Preto, SP. Rev. Soc. Bras. Med. trop., 33(2): 169-174, 2000.

20.Vanderzant, C.; Splittsoesser, D.F. Compendium of Methods for the Microbiological Examination of Foods, 3rd ed. American Public Health Association; 1992, 1100p.
Publicado
2001-06-29
Como Citar
M. CAPUANO, D., H. T. OKINO, M., S. MANGINI, A. C., & B. BETTINI, M. J. do C. (2001). Ocorrência de Cryptosporidium spp. em hortaliças comercializadas no município de Ribeirão Preto, SP – Brasil. Revista Do Instituto Adolfo Lutz, 60(1), 89 - 91. Recuperado de https://periodicoshomolog.saude.sp.gov.br/index.php/RIAL/article/view/35205
Seção
COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA