A melancia como fonte de licopeno

  • Patrícia Y. NIIZU Faculdade de Engenharia de Alimentos, Departamento de Ciência de Alimentos, Universidade Estadual de Campinas, SP, Brasil
  • Delia B. RODRIGUEZ-AMAYA Faculdade de Engenharia de Alimentos, Departamento de Ciência de Alimentos, Universidade Estadual de Campinas, SP, Brasil
Palavras-chave: carotenóides, licopeno, melancia, análise, CLAE

Resumo

Este trabalho teve como objetivo a quantificação dos principais carotenóides da melancia,variedade Crimson Sweet, produzida nos estados de São Paulo e Goiás. As amostras foram colhidasdurante o ano da Central de Abastecimento (CEASA) de Campinas, em um total de cinco frutas analisadasindividualmente para cada região. As análises foram realizadas em duplicata, consistindo-se na extraçãocom acetona, partição para éter de petróleo e quantificação por cromatografia líquida de alta eficiência(CLAE) com uma coluna C18,Spherisorb ODS2, 3 µm, 4,6 mm x 150 mm, usando eluição isocrática em fasemóvel de acetonitrila contendo 0,05% de trietilamina:metanol:acetato de etila (60:20:20), com uma vazão de0,8 mL/min, utilizando padronização externa. Os cromatogramas demonstraram que a melancia contémquase exclusivamente licopeno, com uma pequena quantidade de β-caroteno. Os teores (µg/g) de licopenoe β-caroteno foram, respectivamente, de 36 + 5 e 4,7 + 2,4 para as frutas de São Paulo e de 35 + 2 e 2,6 + 1,7para as de Goiás. As concentrações destes dois carotenóides são semelhantes às encontradas em tomatecultivar Carmen (35 + 10 µg/g para licopeno e 3,2 + 0,6 µg/g para β-caroteno), evidenciando a melanciacomo uma importante fonte de licopeno. As diferenças em termos do local de produção não foramsignificativas.

Referências

1. Astorg, P. Food carotenoids and cancer prevention: an
overview of current research. Trends Food Sci. Tech., 8:
406–413, 1997.
2. Cavalcante, M.L.; Rodriguez-Amaya, D.B. Carotenoid
composition of the tropical fruits Eugenia uniflora and
Malpighia glabra. In: Charalambous, G. editor. Food Science
and Human Nutrition. Amsterdam: Elsevier Science
Publishers; 1992. p. 643-650.
3. Clinton, S.K. Lycopene: chemistry, biology, and implications
for human health and disease. Nutr. Rev., 56: 35-51, 1998.
4. Di Mascio, P.; Kaiser, S.; Sies, H. Lycopene as the most
efficient biological carotenoid singlet oxygen quencher.
Arch. Biochem. Biophys., 274(2): 532-538, 1989.
5. Giovannucci, E. Tomatoes, tomato-based products,
lycopene, and cancer: review of the epidemiologic literature.
J. Natl. Cancer Inst., 91: 317-331, 1999.
6. Holden, J.M. et al. Carotenoid content of U.S. foods: an
update of the database. J. Food Comp. Anal. 12: 169–196,
1999.
7. Hughes, D.A. Dietary carotenoids and human immune
function. Nutrition, 17: 823-827, 2001.
8. Kimura, M.; Rodriguez-Amaya, D. B. A scheme for obtaining
standards and HPLC quantification of leafy vegetable
carotenoids. Food Chem., 78 (3): 389-398, 2002.
9. Kimura, M.; Rodriguez-Amaya, D. B.; Yokoyama, S.M.
Cultivar differences and geographic effects on the
carotenoid composition and vitamin A value of papaya.
Lebens Wissen Technol., 24: 415-418, 1991.
10. Krinsky, N.I. Carotenoids as antioxidants. Nutrition, 17: 815-
817, 2001.
11. Le Maguer, M.; Shi, J. Lycopene in tomatoes: chemical and
physical properties affected by food processing. Crit. Rev.
Food Sci. Nutr., 40(1): 1-42, 2000.
12. Niizu, P.Y.; Rodriguez-Amaya, D.B. (resultados ainda não
publicados)
13. Olson, J.A. Carotenoids and human health. Arch. Latinoam.
Nutr., 49(1): 7S-11S, 1999.
14. O’Neill, M. E. et al. A European carotenoid database to
assess carotenoid intakes and its use in a five-country
comparative study. Brit. J. Nutr., 85: 499–507, 2001.
15. Padula, M.; Rodriguez-Amaya, D. B. Characterisation of the
carotenoids and assessment of the vitamin A value of
Brazilian guava. Food Chem., 20: 11-19, 1986.
16. Paetau, I. et al. Chronic ingestion of lycopene-rich tomato
or lycopene supplements significantly increases plasma
concentrations of lycopene and related tomato carotenoids
in humans. Am. J. Clin. Nutr., 68: 1187-1195, 1998.
17. Perkins-Veazie, P. et al. Lycopene content differs among
red-fleshed watermelon cultivars. J. Sci. Food. Agric., 81:
983-987, 2001.
18. Porcu, O.M.; Rodriguez-Amaya, D.B. Goiaba (in natura) e
produtos processados como fonte de licopeno. Resumo
apresentado no 5º Encontro de Química dos Alimentos,
Porto, Portugal, 2001.
19. Programa de Desenvolvimento da Fruticultura. Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, [http://
w w w. a g r i c u l t u r a . g o v. b r / s a r c / p r o f r u t a / h t m l /
mercadocap4a.htm]. 21 junho 2003.
20. Queiróz, M.A. et al. Recursos genéticos e melhoramento de
melancia no nordeste brasileiro. Embrapa, [http://
www.cpatsa.embrapa.br/livrorg/melancia.doc]. 7 abril 2003.
21. Rao, A.V.; Agarwal, S. Role of lycopene as antioxidant
carotenoid in the prevention of chronic diseases: a review.
Nutr. Res., 19: 305-323, 1999.
22. Rodriguez-Amaya, D.B. A guide to carotenoid analysis in
foods. Washington DC: ILSI Press. 1999. 64 p.
23. Sanjiv, A; Rao, A.V. Tomato lycopene and its role in human
health and chronic diseases. Can. Med. Assoc. J., 163: 739-
744, 2000.
24. Setiawan, B. et al. Carotenoid content of selected Indonesian
fruits. J. Food Comp. Anal., 14: 169 – 176, 2001.
25. Stahl, W.; Sies, H. Perspectives in biochemistry and
biophysics. Lycopene: a biologically important carotenoid
for humans? Arch. Biochem. Biophysics, 336: 1-9, 1996.
26. Tavares, C.A.; Rodriguez-Amaya, D.B. Carotenoid
composition of Brazilian tomatoes and tomato products.
Lebens Wissen Technol., 27: 219-224, 1994.
27. USDA-NCC. Carotenoid database for US foods 1998 [on
line]. USDA, [www.nal.usda.gov/fnic/foodcomp/]. 21 abril
2003.
Publicado
2003-12-30
Como Citar
NIIZU, P. Y., & RODRIGUEZ-AMAYA, D. B. (2003). A melancia como fonte de licopeno. Revista Do Instituto Adolfo Lutz, 62(3), 195-9. https://doi.org/10.18241/rial.v62i3.34899
Seção
ARTIGO ORIGINAL