Determinação de vitamina A em pescado: adaptação de metodologia

  • Nilson G. LANKHE Fundação Universidade Federal do Rio Grande, Rio Grande, RS, Brasil.
  • Glênio MAGAGNIN Fundação Universidade Federal do Rio Grande, Rio Grande, RS, Brasil.
  • Eliana B. FURLONG Departamento de Química, Fundação Universidade Federal do Rio Grande, RS, Brasil.
Palavras-chave: palmitato de retinila, vitamina A, pescado

Resumo

O objetivo deste trabalho foi extrair e determinar a vitamina A em músculo de pescado atravésde um método simples e confiável. A metodologia adaptada consistiu em determinarespectrofotometricamente palmitato de retinila extraído de lipídios de músculo de pescado pelo métodode Bligh e Dyer (1959). No extrato lipídico aplicou-se uma técnica de limpeza empregando cromatografiade partição em minicoluna de alumina neutra, para separar a vitamina sem o emprego da saponificação,seguida de quantificação espectrofotométrica a 325 nm pela técnica de adições sucessivas. Para avaliaçãodo potencial do método foram avaliados os coeficientes de variação (4 a 7%) e a recuperação média(90,7%). Estes dados de recuperação são promissores quando comparados a valores obtidos quando seempregou o método colorimétrico de Carr Price às amostras, contendo concentrações conhecidas depadrão, eliminando interferentes pelo método oficial (57%) e pelo proposto (75%). O método adaptado foiaplicado em amostra in natura, industrializada (enlatada) e processada termicamente (assada), mantendosuas características de repetibilidade e recuperação, a exceção de quando aplicado às amostras de pescadoenlatado. A aplicação do método a amostras in natura de enchova (Pomatonus saltatrix) e de tainha(Mugil brasiliensis), porção comestível, resultou em níveis de 303 ER/100g (CV=5%) e 214 ER/100g (CV=7%) de vitamina A. Em enchova assada foi encontrado 255 ER/100g (CV= 4%) de vitamina A.

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Publicado
2003-12-30
Como Citar
LANKHE, N. G., MAGAGNIN, G., & FURLONG, E. B. (2003). Determinação de vitamina A em pescado: adaptação de metodologia. Revista Do Instituto Adolfo Lutz, 62(3), 151-8. https://doi.org/10.18241/rial.v62i3.34881
Seção
ARTIGO ORIGINAL