Avaliação da qualidade físico-química e microbiológica de méis comercializados em Natal, RN

  • Joyce Karoline Lopes MARINHO Departamento de Nutrição - CCS - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Campus Universitário, Rio Grande do Norte, RN, Brasil
  • Camila Vanessa da Silva MOREIRA Departamento de Nutrição - CCS - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Campus Universitário, Rio Grande do Norte, RN, Brasil
  • Letícia Costa FERREIRA Departamento de Nutrição - CCS - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Campus Universitário, Rio Grande do Norte, RN, Brasil
  • Karla Suzanne Florentino da Silva Chaves DAMASCENO Departamento de Nutrição - CCS - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Campus Universitário, Rio Grande do Norte, RN, Brasil
  • Jéssica Anarellis Barbosa dos SANTOS Departamento de Nutrição - CCS - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Campus Universitário, Rio Grande do Norte, RN, Brasil
  • Nely HOLLAND Departamento de Nutrição - CCS - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Campus Universitário, Rio Grande do Norte, RN, Brasil
Palavras-chave: mel, análises físico-químicas, adulteração, análises microbiológicas

Resumo

Este trabalho avaliou a presença de fraudes e as condições higiênicossanitárias de méis comercializados em Natal-RN. Foram analisadas 20 amostras de méis, a maioria sem rótulo, coletadas em pequenos comércios. Foram realizadas análises físico-químicas qualitativas (reaçãode Fiehe, enzimas diastásicas, reação de Lund e de Lugol); quantitativas [umidade, cinzas, pH, acidez e 5-hidroximetilfurfural (5-HMF)]; e microbiológicas (contagem de bolores e leveduras, coliformes a 45 °C e presença de Salmonella sp). Na reação de Fiehe, 40% das amostras indicaram aquecimento excessivo e em 60% houve ausência de enzimas diastásicas. Na reação de Lund, 35% mostraram adulteração, e 30% na reação de Lugol. Os teores de umidade variaram de 15,80 a 20,53%, e uma amostra (5%) esteve acima do permitido. Os valores de cinzas (0,02 a 0,36%) estavam dentro do limite determinado. O pH foi de 3,08 a 4,31; para acidez (21,99 a 78,88 mEq/kg) 40% dos valores estavam superiores ao permitido, e 20% dos obtidos para 5-HMF (9,60 a 88,70 mg/kg) não estavam em conformidade. Não houve crescimento de microrganismos nasanálises microbiológicas. A maior parte dos méis estava em desacordo com a legislação por superaquecimento, e/ou más condições de armazenamento ou fraude. As amostras de méis estavam em boas condições higienicossanitárias.

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Publicado
2018-03-29
Como Citar
MARINHO, J. K. L., MOREIRA, C. V. da S., FERREIRA, L. C., DAMASCENO, K. S. F. da S. C., SANTOS, J. A. B. dos, & HOLLAND, N. (2018). Avaliação da qualidade físico-química e microbiológica de méis comercializados em Natal, RN. Revista Do Instituto Adolfo Lutz, 77, 1-6. Recuperado de https://periodicoshomolog.saude.sp.gov.br/index.php/RIAL/article/view/34187
Seção
COMUNICAÇÃO BREVE