Histoplasmose: um risco ocupacional entre pesquisadores que realizam trabalho de campo?

  • Adriana Pardini Vicentini Instituto Adolfo Lutz, Centro de Imunologia, Laboratório de Imunodiagnóstico das Micoses, São Paulo, SP
  • Angela Noronha Passos Instituto Adolfo Lutz, Centro de Imunologia, Laboratório de Imunodiagnóstico das Micoses, São Paulo, SP
  • Decio Fragata da Silva Instituto Adolfo Lutz, Centro de Imunologia, Laboratório de Imunodiagnóstico das Micoses, São Paulo, SP
  • Lúcia Cupertino Barreto Instituto Adolfo Lutz, Centro de Imunologia, Laboratório de Imunodiagnóstico das Micoses, São Paulo, SP
  • Cezar Mendes de Assis Instituto Adolfo Lutz, Centro de Parasitologia e Micologia, São Paulo, SP
  • Roseli Santos de Freitas Universidade de São Paulo, Instituto de Medicina Tropical de São Paulo, Laboratório de Micologia Médica, São Paulo, SP
Palavras-chave: Histoplasma, histoplasmose, epidemiologia, exposição ambiental, testes imunológicos

Resumo

A histoplasmose é micose sistêmica causada por Histoplasma capsulatum. A infecção humana ocorre pela inalação de microconídios encontrados em solo contendo excretas de aves e/ou morcegos. Neste estudo foi enfatizado o potencial das atividades profissionais praticadas em cavernas em possibilitar risco de infecção por Histoplasma. Utilizando-se questionário semiestruturado, foram obtidas informações sobre o trabalho de campo executado por um grupo de 15 biólogos. A presença de anticorpos séricos anti-H. capsulatum foi avaliada em amostras de sangue coletadas desses profissionais. Na entrevista, 87% dos indivíduos relataram frequentes visitas a cavernas, 53% acampamento no interior das grutas; 33% captura de morcegos e 53% de coleta de amostras de solo. A maioria das cavernas situa-se nas regiões sudeste e centro-oeste do Brasil. A detecção de anticorpos por imunodifusão dupla demonstrou que 20% dos soros reagiram com o antígeno de H. capsulatum. Por immunoblotting, houve 94,1% de reconhecimento específico da fração de 94 kDa, sugerindo-se que os indivíduos entraram em contato com H. capsulatum. Este estudo sugere fortemente que a prática da espeleologia propicia a exposição dos indivíduos a espécies fúngicas que habitam saprofiticamente o meio ambiente, especialmente H. capsulatum, configurando-se como potencial fator de risco para infecções.
Publicado
2012-12-01
Como Citar
Vicentini, A. P., Passos, A. N., Silva, D. F. da, Barreto, L. C., Assis, C. M. de, & Freitas, R. S. de. (2012). Histoplasmose: um risco ocupacional entre pesquisadores que realizam trabalho de campo?. Revista Do Instituto Adolfo Lutz, 71(4), 747-752. Recuperado de https://periodicoshomolog.saude.sp.gov.br/index.php/RIAL/article/view/32494
Seção
COMUNICAÇÃO BREVE